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Agosto marcou uma reversão importante do humor com ativos brasileiros, apoiada por um pano de fundo global mais construtivo e por uma temporada de resultados domésticos melhor do que o esperado. O Ibovespa avançou 6,3% em reais, ao passo que S&P 500 (+1,9%) e Nasdaq (+1,0%) também renovaram máximas históricas. O real se valorizou cerca de 3% contra o dólar e as taxas fecharam na margem, em um mês em que a probabilidade de início de cortes pelo Federal Reserve em setembro ficou amplamente precificada. No Brasil, apesar do ruído político-jurídico ligado ao tema Magnitsky, a leitura agregada de inflação permaneceu benigna e os resultados do 2T25 trouxeram surpresas positivas em setores-chave, favorecendo a rotação para nomes sensíveis a juros e de qualidade doméstica. Apesar do ruído com a Lei Magnitsky — que gerou volatilidade e adicionou prêmio de risco ao sistema financeiro —, o impacto foi lido como pontual e restrito a indivíduos. Na parte macro, a atividade desacelerou, com baixa renda mais fraca e núcleos de inflação comportados (deflação pontual em agosto), mantendo em aberto o debate sobre o início do ciclo de cortes da Selic no final de 2025 ou em janeiro de 2026. Já na parte micro, a temporada de resultados do 2T25 surpreendeu positivamente em bancos privados, utilities e nomes de qualidade em consumo/saúde, reforçando a rotação para papéis sensíveis a juros. Nos EUA, dados mais frios de atividade e o discurso mais brando no simpósio de Jackson Hole sustentaram cerca de 90% de probabilidade de corte de 25bps em setembro. A discussão sobre interferência política no Fed (inclusive hipóteses de substituição de membros no horizonte) reforçou o viés de baixa do DXY, favorecendo emergentes e o real. Em commodities, o petróleo cedeu com oversupply sazonal; o minério oscilou em US$ 100–105/t; e a celulose ensaiou alta. Na China, medidas incrementais para o setor imobiliário ajudaram ativos locais, mas a recuperação segue seletiva. Em agosto, nossos fundos de ações performaram cerca de 70bps acima do Ibovespa. O desempenho foi explicado pela sobrealocação em papéis sensíveis a juros e em histórias domésticas de qualidade (utilities, construtoras e bancos com trajetória clara de ROE), com subalocação em Metais & Mineração e Óleo & Gás. Rebalanceamos parte do ganho em utilities para ativos de duration com catalisadores micro e seguimos seletivos em consumo. Continuaremos monitorando de perto a comunicação do Copom, os dados de inflação/atividade e os desdobramentos do tema Magnitsky, ajustando a estratégia para preservar capital e capturar as melhores assimetrias de risco-retorno.